“A parte inteligente do jogo emerge da cabeça do treinador”
Atenção senhores dirigentes do futebol brasileiro. A palavra é “fractal”. Se os treinadores que vocês contratam, não conseguem aplicar esse conceito na prática, em suas sessões de treinamento, é porque não estão capacitados para treinar o jogo de futebol jogado no século XXI.
Recentemente a Alemanha, com seu time B, venceu a qualificada seleção do Chile, na final da Copa das Confederações, jogando um futebol altamente tático. Na mesma semana, a seleção Sub 21 dessa mesma Alemanha, tornou-se campeã do Euro Sub 21, vencendo a fortíssima seleção da Espanha, num jogo épico, onde o aspecto tático foi o ponto crucial do confronto.
Eventos recentes como os dois citados anteriormente, assim como os 7 a 1 da Copa de 2014, nos remetem à seguinte reflexão: desde sempre o futebol esteve sustentado sobre quatro pilares, ou seja, o físico, o técnico, o tático e o psicológico ou mental.
Nos diferentes períodos da história do futebol, sempre algum desses aspectos esteve em evidência em relação aos demais. O Brasil se manteve no topo do mundo futebolístico no período em que o aspecto técnico prevaleceu. A criatividade e a técnica dos nossos futebolistas foram os principais responsáveis pelas gloriosas vitórias que fizeram do Brasil o país penta campeão mundial. Mesmo nesse período, quando esporadicamente, nos confrontamos com inovações táticas, invariavelmente fracassamos. Foi assim na Copa de 1954 contra a Hungria de Puskas, na Copa de 1974 contra a Holanda de Cruyff, na Copa de 1998 contra a França de Aimé Jacquet e na Copa de 1982 contra a Itália de Enzo Bearzot.
No futebol do século XXI, o aspecto tático tem se tornado o principal pilar de sustentação do jogo jogado pelas grandes potencias. Para nós brasileiros isso é motivo de preocupação, já que, justamente nesse aspecto estamos muito atrasados, em completa defasagem. Nossos treinadores, por mais que estudem, e olha que são pouquíssimos os que estudam, não possuem um embasamento pedagógico que os capacitem a trabalhar com desenvoltura essa nova faceta do futebol.
Tenho absoluta certeza que se fizermos uma pesquisa com os técnicos do futebol profissional do Brasil (séries A, B, C e D) indagando a respeito do significado da palavra “fractal”, menos de cinco por cento saberá defini-la com precisão. Se não conseguem se quer definir tal conceito, imagine aplica-lo na prática.
Para você que ficou curioso, fractal significa “Forma que mantém suas características físicas quando repartida em partes menores”. Trocando em miúdos é
“uma parte do todo que contem o todo”. Agora meu caro leitor, pense ai com seus botões: o que isso tem a ver com o futebol? Como aplicar isso na prática, no dia-a-dia, nas sessões de treinamento?
Se você não sabe, não se preocupe, pois a maioria dos treinadores do futebol brasileiro também não faz a menor ideia. Como diz o treinador português José Mourinho, o mundo está cheio de treinador Youtube, ou seja, aquele que liga o computador copia o treino do Pep Guardiola, do Simeone ou mesmo do próprio Mourinho e sem nenhuma reflexão critica, aplica aos seus jogadores.
PRÉ-REQUISITO PARA SER UM BOM TREINADOR DE FUTEBOL NO SÉCULO XX - Ser disciplinador e um bom motivador. Exemplo: Telê Santana, Muricy Ramalho, Vanderlei Luxemburgo, etc.
PRÉ-REQUISITO PARA SER UM BOM TREINADOR DE FUTEBOL NO SÉCULO XXI - Ter profundo conhecimento dos J D C em especial o jogo de futebol jogado no século XXI, entender muito de pedagogia do esporte e ter uma visão holística do ser humano. Exemplo: José Mourinho, Pep Guardiola, André Villas Boas.
Publicado em:06/07/2017
Autor:Prof. Walério Melo
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